SETOR DE BUFÊS ENFRENTA INFORMALIDADE
30 de Outubro de 2015
Conforme o último relatório da Belotur referente a abril de 2015, Belo Horizonte e Região Metropolitana contam, atualmente, com 385 espaços para eventos, sendo dois centros de convenções, três centros de exposições, sete casas de show, oito espaços artísticos, 11 espaços abertos, 15 espaços múltiplos, 15 clubes, 43 bufês, 45 bares e restaurantes, 98 auditórios e 138 hotéis. Entretanto, observa-se que a informalidade ainda é um desafio para o setor de eventos. O Sindbufê (Sindicato dos Bufês de Belo Horizonte e Região Metropolitana) estima que existam mais de mil empresas atuantes no ramo, promovendo 15 eventos mensais, em média. Cerca de 60% delas apresentam ilegalidades.
As empresas informais geralmente trabalham sem registro ou certificação e não pagam impostos, existindo ainda aquelas que funcionam como fachada e realizam os eventos com terceirizações. Os perigos são ainda maiores ao contratar um bufê nesses moldes, já que se trata do responsável direto pelos cuidados com os alimentos. Quem perde com a prática ilícita é o consumidor, que pode ver a sua festa se transformar em um fiasco, além do próprio segmento que se vê obrigado a competir com a concorrência desleal.
Para assegurar a qualidade dos serviços oferecidos e melhorar as condições financeiras em que operam, o setor de bufês e representantes dos salões de festas de Belo Horizonte e Região Metropolitana firmaram parceria, um pacto de cooperação mútua. O principal objetivo do acordo é a profissionalização do segmento e, entre as propostas discutidas, estão a avaliação dos fornecedores e a comprovação das condições legais de empresas terceiras contratadas.
Valorizar o segmento de eventos é o primeiro passo para evitar que os clientes sejam lesados em suas contratações. Assim, as empresas que procuram se aprimorar, acompanham as exigências de órgãos reguladores e apresentam-se de forma legal têm o reconhecimento devido, e os consumidores podem aproveitar sua festa com segurança e tranquilidade. O plano é que as ações acordadas entre o Sindbufê e os salões de festas sejam estendidas para os prestadores de serviço, possibilitando a certificação de marcas que produzem as recepções com excelência e que atuam de acordo com a lei.
O setor de eventos apresenta amplo potencial de crescimento no Brasil e em Belo Horizonte, o que pode ser convertido em realidade a partir de iniciativas como essa. A capital mineira ocupa o 6º lugar no ranking do ICCA (International Congress & Convention Association), entidade que avalia a participação das cidades na captação de eventos mundiais. Belo Horizonte também está na 4ª posição do ranking dos melhores destinos brasileiros para se fazer negócios, da America Economia Intelligence, reafirmando a vocação turística da cidade nesse segmento.
Nacionalmente, o crescimento do setor é de 14% ao ano, superior à média brasileira, gerando mais de 7 milhões de empregos diretos e indiretos e uma receita de quase R$ 60 bilhões, conforme dados da Abeoc Brasil (Associação Brasileira de Empresa de Eventos). Entretanto, para continuar caminhando nesse sentido, são fundamentais as aplicações de soluções para a melhoria da gestão e o aprimoramento de práticas empresariais, bem como a qualificação das empresas e dos profissionais atuantes no mercado. As parcerias firmadas entre múltiplos agentes do ramo são de grande relevância na construção do cenário pretendido.